Náufrago do destino
Lindolfo Cunha
Fiquei à deriva num mar turbulento, numa noite tempestuosa. Remo, remo até não ter forças, sempre na esperança que estarás naquele cais aguardando impacientemente a minha chegada. Vejo a tua luz entre estas ondas gigantescas que parecem não ter fim. O vento começa a soprar de forma favorável mas faz frio, tremo. Aqueço o meu coração com memórias de um amor inocente. As minhas mãos sangram e começam a doer, estou numa luta a tentar me guiar por uma corrente favorável, sei que existe, só ainda não a consegui encontrar.
Não tenho medo!
Sei que estás lá para me atracar no teu coração e aquecer com um beijo eterno. Não desesperes, já vejo raios de sol. Não falta muito para esta tempestade terminar. Assim que chegar não me digas nada. Aquece-me só com o calor do teu abraço. Não desistas porque eu não desisti.
Foto de: Sara S.