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Diário do "bipolar"

"Diário do amor, em parcelas escritas de lágrimas, silêncios e ânsias. O tempo igual ao de todos, pincelado de saudade e esperança. A luz que surge no caminho. Viver. Cair e levantar. Em cada dia."

Diário do "bipolar"

"Diário do amor, em parcelas escritas de lágrimas, silêncios e ânsias. O tempo igual ao de todos, pincelado de saudade e esperança. A luz que surge no caminho. Viver. Cair e levantar. Em cada dia."

20.11.17

Acreditar, por mim


Lindolfo Cunha

(Em parceria com: Sofia Martins)
 
 
Chego ao final do meu dia de trabalho, começo a aproximar-me de casa. Um nervoso miudinho começa a tomar conta de mim.
Tento contrariar.
Meto a chave na porta já com a mão a tremer. Não há ninguém para me receber, os estores continuam em baixo, a roupa espalhada, tudo tal como deixei. A loiça amontoa-se, a roupa também.
Sou organizado mas a solidão vence sempre.
Ligo a música, bebo o meu copo de vinho e voltam novamente as perguntas.
Porque é que partiste? Porque é que nem sequer me respondes?
Dou por mim a falar com um espelho para me motivar, a fazer expressões parvas, só para ocupar tempo. Tento arranjar inúmeras coisas para me distrair mas duram minutos.
Como estarás? Será que estás a sofrer, tanto quanto eu?
Tento dormir.
A cama está fria, é enorme só para mim. Fico encostado só num cantinho porque todo o resto era teu, continua a ser.
Fecho os olhos e as memórias surgem, a saudade sufoca. As horas passam, aquele maldito relógio com letras verdes vai-me avisando que vou dormir novamente poucas horas. Mas não consigo desligar.
A solidão é enorme, a noite arruína-me.
A loiça continua por lavar, a roupa por arrumar mas amanhã trato de tudo. Amanhã vou superar tudo isto, amanhã. Ajuda-me a escapar desta solidão, ajuda-me a acreditar novamente no amor!
 
 
Pedes-me que te ajude a acreditar no amor e tenho medo de não conseguir provar que ainda é possível.
É como se quisesses voar, mas te faltassem as asas. Estás a ver aquela caixa de música? Em que pensas quando a ouves tocar? Sabes que ela fala para ti? Sabes que ela te ensina que as emoções são como as notas de música? Estão em ti todas as respostas que procuras!
Sim, percebo que temas os fantasmas que te perseguem no silêncio da noite.
Que sintas o frio a consumir-te o âmago quando te falta um abraço. Que a saudade se pinte em todas as páginas das histórias que lês.
Mas… Escuta a música que toca dentro de ti.
Vês como está em sintonia com a melodia da caixinha? A tranquilidade atravessa a tua pele e traz para ti o que procuras.
Sabes que o amor começa em ti, na essência que descobres sempre que te olhas ao espelho, e que vai para além da imagem do teu corpo? São as lágrimas que escondes e que te limpam a alma. Sim, eu sei que ainda há amor em ti! Mais do que consegues ver. Mais do que os limites que a racionalidade te obriga a respeitar.
Agora vai para casa e sorri!
Mesmo que chova lá fora. Deixa que a chuva te encharque até que sintas o frio. Depois procura o conforto do teu lar. Nas paredes tens o mundo nas tuas mãos. O sorriso vai inundar os quadros que tens a decorar o teu céu. Conseguirás escrever com as estrelas um poema onde és um sonhador.
Eu sei que és!!
Não tenhas medo!
E quando voltares a desconfiar do amor, ouve a música que sai daquela caixinha de sonhos.
Sim, tu podes ter a lua para te iluminar a vida… basta que deixes que ela te alcance!
 
 
 
 
 

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Foto de: Sara Soares

 
 
 

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