Separados pelo tempo
Lindolfo Cunha
Volto-me na cama vezes sem conta, aquele maldito relógio não para de contar o tempo.
Na minha mente surgiu que és passado, começas a ser um passado distante
Assusta-me.
A cada segundo que passa somos separados pelo tempo, mas, o nosso coração jamais irá ser separado.
Temos uma história, uma passagem, uma vivência.
Volto-me novamente, continuas a persistir na minha mente, será assim tão difícil encontrar o sossego?
É inevitável, a lágrima caiu.
Momentos de felicidade que irão ser apagados por esta distância, gargalhadas que serão esquecidas, toques que nunca mais existirão.
Sonhos que ficaram perdidos, levaste-os a todos contigo.
O relógio continua a digitar mais números, parece tudo tão lento e tão rápido.
Sufoco.
Fico desesperado nesta luta com a minha mente, não és a culpada(o).
Mas prometo-me, amanhã será o dia em que este maldito relógio vai começar a contar o tempo da minha felicidade e não da tua ausência.
Amanhã tudo irá acabar.
Agora sai da minha consciência para poder descansar.
Desliguei o relógio.
A saudade que tenho por ti assola-me.
Boa noite para ti, mesmo separado(a) por este tempo.